segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Capitulo 76 (FINAL) - ''Going back to the corner where i first saw you''

Bem meninas, e é isto: O capitulo final da ''A Vida De Uma Adolescente''. A música que escolho para este capitulo é a For the First time dos The Script. Não vou dizer muito sobre a música, pois ela fala por si mesma. Quanto ao capitulo, espero que gostem. Faço um comentário geral no fim.

''Just now we got the feeling that we're meeting for the first time''

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07:00h

''I found your hair bend on my bedroom floor, the only evidence that you've been here before''

- Oh já? - desliguei o despertador e saltei da cama para ir à casa de banho. Depois dos rituais matinais habituais, dirigi-me para a cozinha para tomar o pequeno-almoço onde já estava o meu pai. - Bom dia, pai! - dei-lhe um beijinho
- Bom dia, filha. Dormiste bem?
- Sim, optimamente. Estou cheia de fome!
- Já te fiz as torradas e o café. Entras a que horas?
- Ás 8h. Olha, almoço com as meninas no café, está bem?
- Está bem. Vá até logo. Porta-te bem. - E foi para o trabalho. Eu comi, fui tomar banho, vesti-me e fui para a escola.
No caminho, encontrei-me com a Rita (Ana), a Tixa e a Mariza.

- Bom dia, alegria!
- Bom dia! - Disse a Mariza.
- Só se for para vocês! Eu estou cheia de sono. - Resmungou a Rita.
- Porquê? Não estás preparada para ter geografia logo pela manhã? - gozei
- Espera até entrares na sala! Acordas logo. - Disse a Tixa.
- Meninas, já acabei o capitulo do Buscopan... Quem é a seguir?
- É a Rita. - Informei
- O que é que vais escrever? - perguntou a Tixa
- Não sei... - respondeu - talvez vá à praia com o Rafa, ou assim...
- Seems good.~
- I know right.
- Olhem.. sempre almoçamos no café?
- Sim!
- Okie Dokie.

Quando entramos na sala, lá estava a Dona Senhora Professora a gritar connosco.

- ISTO SÃO HORAS??? PARA A PRÓXIMA NÃO VOS DEIXO ENTRAR!!
- Desculpe. - Entrámos e sentámo-nos para assistir à aula mais secante do dia.

(...)

- Já sabem o que vão escolher? - perguntou o empregado
- Eu quero uma tosta de frango e um sumol de ananás. - informei
- Sim, eu quero o mesmo - disse a Mariza
- Opá, não me está a apetecer o frango. Só têm estas pastas? Eu e a maionese não nos damos bem! - perguntou, indecisa.
- Sim só.
- Enquanto ela se decide, eu quero uma de atum e uma coca-cola. - disse a Tixa
- Sim, também quero de atúm!... Opá mas nao gosto de coca-cola... Pode ser um ice-tea de limão, por favor.
- Tá bom. Trago já.

Enquanto o senhor tratava do pedido, continuavamos a falar das coisas que encontravamos na net.

- No outro dia vi uma cena mesmo engraçada no tumblr! - disse - Vocês sabem quando escrevem no Google ''I hate it when...'' e aparece bué cenas estranhas?
- Ya!! ahahah - riu-se a Tixa - no outro dia vi um a dizer '' I hate it when im walking in the street and get hit by a fridge!'' - Rimo-nos todas.
- Yaa! Eu também já vi um a dizer '' I hate when Pikatchu eats all my cereal'' Ahaha - Contou a Mariza
- Eu vi um ontem a dizer ''I hate when Voldemort uses my shampoo'' e depois tem um gif do voldemort a mexer na cabeça, no filme do cálice de fogo, e por baixo a dizer ''Loreal Paris: Because you worth it'' Ahahah Ri-me tanto!! - Rimo-nos
- HARRY POTTER IS DEAD!!! EH-EHEH! - Imita a Rita, a preciosa cena do riso estupido do Voldemort (OU DEVA DIZER ''WE KNOW WHO''??), no ultimo filme do feiticeiro mais fixe de sempre ''Deathly Hallows - Part 2''. - Vocês não imaginam como eu me ri no cinema!
- Ah Rita, olha quem é que se sentou ali! - Disse a Tixa.
- Ah, aquele não é do Benfica? - Perguntei
- Sim, é o David Luiz.
- Que giro! Vêem famosos aqui ao nosso cafézito. Estou-me a sentir importante. Ele veste-se mesmo bem, por acaso.
- Sim ele é giro - Disse a Rita.
- Rita, aposto que não tens coragem de ir lá ter com ele.
- 'Tás doida, Mariza? Nao vou nada!
- Se fores lá, eu pago-te o almoço - insistiu
- Sim, Rita! Vá!! - insistiram as outras
- Sendo assim... Mas já vou. Ele ainda agora chegou.

Entretanto chegou a nossa comida e entretemo-nos com as sandes e mais coisas da net.

- Rita, Rita!Ele está a ir-se embora. - Avisou a Tixa
- Onde é que ele tá? - perguntei.
- Ali ao pé do carro.
- Ok ok. Eu vou lá. - Fui até ao carro e gritei o seu nome - DAVID!!
- Oi - respondeu-me com um sorriso.
- Dás-me um autografo? Elas apostaram comigo que eu não era capaz de vir cá - Apesar de ser meio descarada ao que se refere a estas coisas (por isso é que elas disseram para eu ir) estava envergonhada e com a cabeça baixa.
- Claro. - riu-se - tem papel e caneta?
- Sim - tirei do bolso de trás das calças. Assim que o olhei nos olhos, sem querer, tive uma sensação estranha e senti que ele sentiu o mesmo. Ele assinou o papel, sem parar de olhar para mim.
- Agente já se conhece de algum lado?
- Eu acho que não.
- A sua cara não me é estranha. Tenho a sensação que já te vi em algum lugar.
- Eu podia dizer o mesmo, mas é verdade... eu já te vi em mais lugares. - rimo-nos
- Eu tou falando sério. - riu-se
- Oh deve ser só impressão tua. - Tentei disfarçar, porque tinha a sensação que também já o tinha visto sem ser na tv ou no estádio... como se nos conhecêssemos bem.
- Aqui tem - devolveu-me o papel assinado
- Obrigada, Adeus. - dei-lhe um abraço e um beijinho.
- Obrigado eu. - Então fui de de novo andando para a mesa, mas olhando para trás de vez em quando. Reparei que ele também olhava para mim. Oh meu Deus, que estranho!
- Bem, quem é que vai ter um almocinho de borla, quem é? - sentei-me e mandei o papel para cima da mesa. Toda eu estava a tremer, mas tentei que elas não reparassem.
- Demoraste tanto tempo porquê?
-  Ele disse que a minha cara não lhe era estranha, acham normal?
- Oh se calhar já se viram por aqui e nem reparaste
- Pois deve ter sido... de qualquer maneira: GANHEI A APOSTA!! YEEEEEIIIIIIII!!

Alguns dias depois, enquanto tomávamos café à hora de almoço, o empregado veio ter à minha mesa:

- Desculpe menina. No outro dia, um senhor deixou um recado que penso que seja para si. - entregou-me o papelinho.
- Obrigada. Que estranho... o que será? - Abri e dizia: ''Gostava de te encontrar aqui no Domingo às 21h. Preciso de falar com você. Um beijo.
- David. '' - OMG!
- ai, o que é?
- O David Luiz quer encontrar-se aqui comigo no Domingo... amanhã.


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Domingo 21:10

Cheguei ao café e vi-o sentado na mesa da ponta e dirigi-me a ele.

 - Olá - disse envergonhada - Era comigo que querias falar?
- Rita, Oi! - Respondeu, nervosa - Sim, ainda bem que você veio
- Posso-me sentar?
- Sim, claro - Sentei-me na cadeira à frente dele.- Tudo bem?
- Sim, está tudo, e contigo?
- hum hum... cê quer algo pra beber?
- David, eu tou nervosa. Porque é que querias falar comigo?
- Eu falei que conhecia a sua cara de algum lugar...
- Sim mas nós nem sequer nos conhecemos.
- ... Mas eu sei que vai parecer super estranho. Talvez esteja ficando louco, Rita.
- Pera ai, como é que sabes o meu nome? Eu não te disse no outro dia!
- Oiça eu acho que sonhei com você... - Disse, finalmente, embaraçado.
- O quê? - Mostrei-me indignada, mesmo sabendo o que sabia
- Nao me leva a mal... eu acho que nem nunca te vi por aqui, por isso é que acho tão estranho. Eu falei o seu nome meio inconscientemente. Parecia tão real.
- Pelo menos foi bom, o sonho?
- Foi... - baixou a cabeça, envergonhado.
- E podes contar?
- Eu sonhei que nos tínhamos conhecido aqui mesmo, depois agente foi falando, namorou... - fez uma pausa e continuou sem olhar para mim - casou e teve um filho...
-  O Dêzinho... David Júnior. - Pois, eu tinha tido exactamente o mesmo sonho.
- Sim... - encarou-me, espantado e confuso.
- E tivemos outra filha, a Sofia.- disse, ternamente, olhando-o nos olhos. - Eu também sonhei com isso há duas semanas.
- Eu não consigo parar de pensar noutra coisa desde então.
- No sonho?
- Em você...
- Isso não faz sentido, David. Nós nem nos conhecemos.
- Eu acho que sabemos muito um sobre o outro.
- Pronto... Talvez saibamos, mas...
- O que é que você sentiu quando acordou desse sonho?
- Queres saber a verdade? Não gozes comigo?
- Claro que não.
- Sabes quando temos um sonho tão bom que queremos voltar a dormir assim que acordamos? - ele sorriu - foi assim que me senti. Mas mais do que isso... senti uma presença estranha depois desse dia. Como se tu ou a imagem que eu tinha de ti como amigo, ou amante, estivesse ao meu lado todos os dias. Desde assim que acordava até me voltar a deitar e sentir-te a envolver-me nos teus braços até adormecer. Mas claro... foi só um sonho. - Assim que acabei, ele colocou a mão em cima da minha. Eu acho, ou pelo menos queria pensar que ele percebeu que me sentia sozinha, mesmo quando estava rodeada de gente. - Nós somos completamente diferentes.
- Porque é que você diz isso? No sonho agente se deu bem. E agente sonhou o mesmo! Não é estranho? Só pode ter algum significado.
- Não sei, David. O que tiver que ser... será. - Secretamente eu tinha uma paixão assolapada por ele, mas NINGUÉM sabia.
- Porque é que Deus nos juntou dessa maneira, se agente pode não ficar junto?
- É a primeira vez que falamos, David... Mas eu percebo a tua fé. Ele lá sabe.

Depois daquele mês fomos saindo e falando durante meses... talvez mais do que um ano. Digamos que nos tornámos os melhores amigos. Eramos bastante diferentes para um romance, mas na amizade até nos safávamos bem.
Um dia, 31 de Janeiro, levei-o lá a casa para lhe mostrar mais um dos meus maravilhosos dotes culinários.
- Então, está bom?
- Está óptimo!
- Eu sabia que ias gostar.

Depois do jantar, sentámo-nos no sofá a fazer Zapping pelos canais do Meo, mas nada de jeito se encontrava para ver.

 - Tive uma ideia. Anda. - Levantei-me rápido do sofá.
- Onde é que cê vai? Tava quase dormindo!
- Anda vá!! - Peguei-lhe na mão e puxei-o, obrigando-o a levantar-se. Fui ao quarto buscar duas mantas e mandei-lhe uma para a mão. - Anda. - peguei nas chaves e fomos até ao ultimo andar do prédio, subimos um escadote e voilá: O telhado, onde podíamos ver a maravilhosa noite estrelada de Lisboa. - TCHANAAAAM! Apresento-te o meu esconderijo secreto! - informei, esticando uma manta no chão.
- Wow! - Sentou-se ao meu lado, colocando a outra manta nos nossos ombros.
- é bonito, nao é? Ainda bem que não está nublado, assim pode-se ver as estrelas.
- É lindo... Cê vem aqui muitas vezes?
- Sim. Tento vir aqui pelo menos duas vezes por semana. É onde consigo fugir dos problemas e relaxar.
- E vem aqui com as suas amigas?
- só trouxe cá a Rita... uma vez.
- E agora eu...
- O meu melhor amigo - sorrimos
- Fico contente por me ter trazido aqui. - colocou o braço nos meus ombros e puxou-me mais para si.
- Claro que sim. Tu sabes que és muito especial para mim.
- Cê ainda tá falando com aquele cara?
- Ai David, não vais dar uma de irmão mais velho agora, pois não?
- Quem falou que eu te via como uma irmã?
- Oh não sejas estúpido - dei-lhe uma cotovelada.
- Cê é demasiado gata para ser minha irmã.- Eu não lhe respondi e limitei-me a revirar-lhe os olhos. - Vê? até ficou corada!
- Eu fiquei vermelha do calor!! Por isso, cala-te! - Rimo-nos, mas depois ficámos em silencio durante um tempo. Em algum desse tempo, conseguia senti-lo a olhar para mim. Eu sabia que ele gostava de mim e eu gostava de me fazer de difícil  mas naquele momento, só me apetecia que ele me agarrasse e me beijasse.
Não sabia se era sonho ou realidade. Naquele momento, assim que senti os lábios dele no meu ombro a subir para o meu pescoço não queria saber se estava consciente ou não. Eu queria aquilo! Virei-me então para ele e beijei-o lentamente. Toda a gente diz que os primeiros beijos são sempre os piores, mas aquele não: foi o melhor, o mais especial, o mais amado, o mais tudo. Eu não conseguia parar de pensar que estava à espera daquele momento há anos.
- Rita... - fez-me uma festinha na bochecha com o polegar e estava pronto para falar do que tinha acontecido, mas eu não queria falar. Falar podia estragar tudo, e como disse, eu queria aquilo, então limitei-me a beijá-lo de novo, e enquanto isso, ele envolvia-me nos seus braços mantendo-me junto a si.

Dali, voltámos para casa sem nos largarmos e a verdade é que as nossas roupas também não nos acompanharam durante muito tempo. Acabámos no quarto e fizemos amor. Não era a minha primeira vez, mas foi como se fosse...Não no sentido da dor, mas pelo que significou e quão especial foi. Não sabia o que ia sair dali, tinha medo de me magoar, mas tínhamos que conversar sobre aquilo. Eu estava com a cabeça deitada no peito dele e ele a fazer-me festinhas no ombro, ambos a olhar para o infinito.

- Provavelmente temos que falar sobre o que aconteceu, não? - Sentei-me ao sei lado.
- Desde que não esteja arrependida.
- Claro que não, mas... - Eu queria... mas não conseguia evitar o receio que sentia.
- Mas nada, Rita... Ou é para ser, ou não é pra ser... - afirmou calmamente.
- Se calhar é melhor pensarmos um bocado.
- Em quê? Farto de pensar estou eu!
- Nisto tudo! - comecei a vestir-me e ele precisava de fazer o mesmo e ir embora. - O meu pai não te pode encontrar aqui. É melhor ires.
- Ok - pareceu desiludido enquanto se vestia e decidi sentar-me ao seu lado
- Não é por mal, David. Tu sabes que eu gosto de ti. És o meu melhor amigo. Mas isto foi muito repentino. Em todas as nossas escolhas existem consequências... Além disso o meu pai deve estar a chegar.
- Eu compreendo, Rita. Não se preocupa. - Levantou-se e deu-me um beijinho na testa. Ele ia-se embora e eu levei-o até à porta.
- Falamos depois?
-  Sim. - deu-me um abraço
- David, desculpa. Magoar-te não era de todo a minha intenção. Eu gosto de ti. És...
- ... o seu melhor amigo. Cê já disse. - interrompeu
- Estás chateado comigo? - juntei a minha mão á dele.
- claro que não. - Deu-me um beijinho na bochecha e uma festinha logo a seguir. - Depois agente fala. Xau
- Xau. - fechei a porta e a única coisa que me apetecia fazer era chorar. Menti e disse que o meu pai estava a chegar, o que não era verdade. Basicamente, expulsei-o de minha casa. - Será que estraguei tudo?
Estava tão perdida que decidi ligar à minha melhor amiga - A Rita.

- Rita...?
- Estou? Estás bem? São duas da manhã.
- Acordei-te? Desculpa... Eu precisava mesmo de falar contigo.
- Ai, estás a assustar-me! O que é que se passa?
- O David esteve cá em casa...
- Pois, para variar..
- E aconteceu... envolvemo-nos.
- E para que é que me estás a ligar? Não devias estar com ele?
- Pois.
- Pois?
- Eu inventei uma desculpa para ele se ir embora, Rita. Acho que estraguei tudo
- A sério? Mas calma! Ele estava chateado?
- Não, acho que não.
- Então calma vá. Vai dormir e amanha resolve-se.
- Mas resolve-se como, Rita? Eu posso ter estragado a nossa amizade!
- Rita -.- tu gostas dele há séculos...
- ...isso não é...
- ...é verdade sim senhora! Vê-se a milhas. Vai falar com ele e diz que o amas de uma vez!
- Achas?
- Acho! Agora deixa-me dormir. Beijinho
- Beijinho - e desligou

Foi uma noite complicada... Não consegui dormir. Tudo o que me passava pela cabeça era a noite que passei com ele, como me senti feliz, há quanto tempo eu sonhava com aquilo. Por outro lado, os receios equilibravam a balança.
Passei a noite a ver o ''Sobrenatural'' pensando que me iria distrair, mas nem os irmãos Sam e Dean me conseguiram animar. Mudei rapidamente para a MTV com esperança de ouvir alguma música que me animasse mas estava a dar o programa ''Friendzone'' - que para quem não sabe é um programa em que há dois melhores amigos em que um deles está apaixonado pelo outro e pronto... decidi declarar-se e seja o que Deus quiser! - e pronto... também não deu bom resultado.
Finalmente consegui dormir talvez uma hora e quando acordei, sabia exactamente para onde ir: A casa do David.
Era bastante cedo por isso, quando cheguei, quem me abriu a porta foi o Gustavo que veio passar uma semana a Portugal.

- Bom dia, Gu. - Cumprimentei-o com dois beijinhos
- Bom dia, Rita.O David ainda está dormindo. Cê quer que o vá chamar?
- Não. Importaste que vá lá eu?
- Claro que não. - Dirigi-me então para o quarto dele, e lá estava ele a dormir que nem um anjinho e nem notou que eu tinha acabado de entrar. Despi o casaco encharcado pela chuva que se fazia sentir lá fora, descalcei-me, despi as calças e a camisola, e deitei-me ao pé dele, debaixo dos lençóis  Aí sim, ele reparou em mim, e abraçou-me.
- Bom dia, David.
- Como eu tenho quase a certeza que estou sonhando, não vou responder já, tá? - respondeu com um sorriso e um pouco ensonado.
- Desculpa... - fiz-lhe uma festinha na cara. - Desculpa ter-te dito para ires embora ontem. O meu pai nem sequer estava a chegar. Eu estava com medo...
- Eu percebi que você estava mentido, apenas não percebi porquê. Cê tava com medo de mim?! Qué isso agora? Cê sabe que eu seria incapaz de magoar você.
- Eu sei disso, mas eu estava insegura... Nós somos os melhores amigos e eu podia ter estragado tudo com um ato estúpido.
- Ato estúpido é? Vem cá, se foi um ato estúpido, qué que cê tá fazendo de novo na minha cama?
- Quer dizer, eu aqui toda preocupada, nem dormi nada, e tu já estás a gozar com a situação?
- Cê tá no sitio certo pra dormir, sabia? - tentou brincar com a situação, mas assim que viu a minha cara séria, mudou de expressão. - Eu compreendo que você esteja insegura, eu próprio fiquei, mas nao tou mais. Sabe porquê? Porque eu sei o que sinto por você.
- Que é...?
- Cê é que veio pra minha cama e eu é que tenho que me declarar primeiro? Nã nã... vá, estou esperando.
- Tem mesmo que ser?
- Bom, sabe o que costumam dizer né? Quem não arrisca, não petisca, e olhe que eu sou um bom petisco. Vá, estou esperando.
- Mas tu já sabes o que eu vou dizer... senão não tinha vindo aqui. Tu sabes que eu gosto de ti.
-Eu sei que você gosta. Mas gostar também eu gosto da minha vizinha e do cão dela e não tou na cama dela!
- E se eu disser que gosto muuuuuuuuito de ti? Chega? - Eu sabia que tinha montes de coisas para lhe dizer. Coisas que se calhar ele não sabia que eu sentia ou que nunca lhe disse, mas havia algo que me estava a deixar nervosa. Não que eu tivesse motivos para isso, mas não conseguia evitar.
- Não. - sentou-se na cama com os braços á volta dos joelhos.
- Sabes porque é que eu tenho medo, David? - Repeti o seu gesto e ajoelhei-me ao seu lado. - Porque nunca senti isto por ninguém .. nunca amei ninguém como te amo, e eu sei que tu sabes disso. Vá lá, nós já sabemos como isto vai acabar... Tivemos o nosso sonho, lembraste? Eu sempre soube que este era o nosso destino. E tu nem imaginas - baixei a cabeça - nem imaginas há quanto tempo eu estava há tua espera.. Quando acordei no dia do sonho, eu sentia-me tão perdida por ter sido só um sonho... Estava cheia de medo que nunca pudesse ser feliz como a ''Rita'' era feliz...contigo. Mas depois encontrei-te naquele café. - voltei a olhar para ele - Ainda bem que elas apostaram comigo, senão... Eu só espero que isto não seja uma paixão passageira, porque eu quero ficar contigo para sempre. Agora que te agarrei, não quero mais largar. E da minha parte, podes ter a certeza que não é passageira, e é disso que eu tenho medo, David... Porque se alguma vez eu te perder, nunca mais vou conseguir recuperar.

Ambos sentados na cama, ele puxou-me para si e ficámos frente a frente com as pernas entrelaçadas. Ele continuou a olhar para mim em silêncio, o que me deixou ainda mais assustada.


- Eu te odeio, sabia? - disse, ao mesmo tempo que me desviava o cabelo da cara - Porque é que você não falou isso pra mim antes? Nossa, se eu não te pressionasse, você não ia falar nunca! Se você soubesse há quanto tempo eu esperava ouvir isso. Eu te amo, sua coisa feia... Eu te amo demais. - Com uma mão na minha cintura e outra no meu pescoço, puxou-me mais para si e beijou-me apaixonadamente como nunca tinha feito antes. - Ah e tem mais! - interrompeu o beijo e agarrou no relógio que estava na mesinha de cabeceira - Tenho isso pra você.
- Isto é um relógio, David.
- Não... isso é uma bússola. E sabe para que serve?
- As bússolas normalmente servem para que as pessoas não se percam né?
- Sim, mas essa aqui é especial. É para você enfiar nessa sua cabecinha que não me vai perder nunca! Tá delirando? Agora que eu te agarrei, não vou largar mais.
- E já estavas à espera que eu te dissesse isto, para teres uma bússola na mesinha?
- Nao. Isso aqui é um relógio mesmo. - riu-se - mas deu para entender a intenção.
- Mas a sério, David... Tens mesmo a certeza? É que se é para ser, é para ser mesmo... para sempre!
- Para sempre não dá né. Cê imagina o que é ter você puxando meu saco para sempre?! Uns 200 anos chega bem.
- És tão tolo... Eu espero bem que sejam 200 anos, porque se não for, vou-te amaldiçoar mesmo depois de morto.
- Eu tou falando muito sério, Rita. Eu quero estar com você com tudo incluído .. Casamento, muito amor, filhos... Quero ter mini-pessoas correndo pela casa. Lindas que nem você.
Perante aquela afirmação, não consegui evitar o sorriso.
-Eu nem acredito que estou a ouvir-te dizeres-me isto... Tu és tudo o que eu sempre sonhei, David. Obrigada... Obrigada por me fazeres tão feliz como estou agora, aqui ao pé de ti. Eu amo-te muito, David. Mesmo! E se algum dia tiveres duvidas disso por eu estar mal disposta ou falar mal para ti, lembra-te desta conversa, porque tu és quem me faz mais feliz e eu nunca vou deixar de te amar, ouviste? E mesmo se me deixares, se te chateares comigo, ou deixares de te importar, eu vou continuar a amar-te.
- Cê vai ter que parar com essa conversa de eu te deixar, porque eu nunca vou fazer isso. Mesmo se eu morrer você vai ter que levar com a minha assombração. E nesses casos de você estar mal humorada, eu tenho os meus métodos para deixar você bem sorridente. - Não respondi e apenas sorri. - Cê tá preparada?
- Pra quê?
- Pra ficar comigo pra sempre? Eu também consigo ser muito chato, ás vezes.
- Pois... sendo assim. - piquei-o
- Ah, engraçadinha. - pegou em mim e voltámos a deitar-nos debaixo dos cobertores, de frente um para o outro.
- Claro que estou preparada. És o meu chato. - Afirmei, quebrando o silêncio das nossas bocas, sem nunca nos deixarmos de olhar nos olhos.
- Eu vou fazer de você a mulher mais feliz do mundo, Rita. Acredite em mim.  não há nada nesse mundo que te possa afectar  se eu tiver do seu lado. Eu não vou deixar. - percorria com o seu indicador, todos os traços dos meus lábios.
- Eu já sou feliz, David. Desde o primeiro momento em que ouvi o teu nome. Esta realidade é apenas o inicio do nosso sonho. E eu estou tão contente por saber que vou partilhar tudo o que me faz feliz, contigo. - entrelaçámos os nossos dedos - Eu só espero que isto não seja outro sonho.
- Não é, meu amor. Eu sou bem real, olhe. - beijou-me os lábios carinhosamente - Adoro o sabor dos seus lábios, sabia? Desde o primeiro momento que te vi, que imaginaria como seria beijar você. Agora não quero parar mais não. - Voltou a beijar-me. - Te amo, sabia? - voltei a não responder e virei-me de costas para ele, encostando os nossos corpos o mais possível.
- Abraça-me, David - e ele assim o fez.
- Te amo muito, Gatinha.
- Amo-te muito, meu brasileirinho.

E, finalmente, no calor dos braços do homem da minha vida, da única pessoa que é capaz de me fazer completamente feliz, do meu protector  eu estava feliz. Feliz por ter concretizado o meu sonho; feliz por ter esperado estes anos todos; feliz por ter fé; feliz por nunca desistir.
Há momentos em que perdemos a fé. Pensamos que nunca nada vai correr bem e perguntamos a Deus ''Porquê? Porque é que tem que ser assim? Onde errei para merecer isto? Porquê? PORQUÊ?!!'' Mas são momentos como estes que me fazem pensar que realmente tudo acontece por um motivo. Todos os erros, coincidências, números  musicas, ...tudo está ligado porque tudo são pistas para o nosso destino: SER FELIZ!
Felizmente, este era o meu destino. Ele é o meu destino! Felizmente no meio de milhões de adolescentes, Deus escolheu este destino para mim, e graças a ele sou assim.
Obrigada David por me fazeres tão feliz; Obrigada por me ensinares a acreditar; Obrigada por nunca desistires.

I will love you until the end.


A vida de uma adolescente 




FIM

E Pronto, meninas. É isto. Espero que tenham gostado deste capitulo final, mas mais que tudo, espero que tenham gostado da história no geral.
Da minha parte, diverti-me imenso a escrevê-la e a partilhá-la com vocês e podem ter a certeza que mudou a minha vida. Resta-me agradecer-vos por todo o amor que me deram ao longo destes anos, mesmo quando eu não merecia. Estou-vos grata por tudo! Nunca desistam dos vossos sonhos, e acima de tudo, sejam felizes! Muito obrigada e até qualquer dia!

Muitos beijinhos,

Rita Martins ;)

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Capitulo 75 - ''I want it that way''


Oláá leitoras lindas!! Aqui vai mais um! Espero que gostem. A música que escolho hoje é a Kiss You dos One Direction, só porque me apetece uma coisa animada. Quem não gosta de One Direction... azar o vosso. O video é super engraçado, por isso aconselho a ver! Beijinhos a todas! 

Diana Martins



-David, acho que está na hora do pai natal se ir vestir - Informei
- Já? 
-Sim, já são 23h50m.
-Tá bom... Pega no Dêzinho, então.- O David foi ao quarto vestir o fato e eu comecei a preparar as 
pessoas. 
- Não acham que já está na hora do pai natal chegar? Dê, anda cá amor. 
- Mamã, o pai natal vem aí? - perguntou ele super excitado do meu colo.
- Sim, vais dar um beijinho?
- Siiiim!
- Pai, pai! - Chamei o meu - Começa a gravar. 
- Vi, anda cá ao pai - Chama o Rubén também, para a Vi ir para o seu colo, já se esperava gritaria.
Assim que chegou a meia noite, entra o David na sala no seu fato de pai natal. 


- Oh oh oh! - Disse o ''Pai Natal'' e primeiro as crianças ficaram chocadíssimas. - Feliz Nataaal!!!- Mas depois o Dê começou a chorar de medo. 
-Oh amor, é o pai natal! Não faz mal! Queres dar um abraço ao pai natal? - Tentei acalmá-lo.
- Sim. -respondeu.
- Anda cá, pai natal! - O David chegou-se ao pé do filho e pegou-o ao colo mas assim que o fez, o Dê, com medo, começou a berrar e voltou para o meu colo.
- Por favor, até o teu filho tem medo de ti. - gozou o Rubén.
- Papá, porque é que o Pai Natal não traz as prendas no saco? - perguntou a Vi
- Porque o pai natal é burro, gordo e preguiçoso. 
- Não digas disparates, Ruben. Vi, o pai natal esteve a trabalhar com os doendes até tarde por isso estava cansado e mandou as prendas antes. - explicou a Ana.
- As minhas também?
- Hum, não sei. Portaste-te bem? Pai natal, há prendas para a Vi?
- Há sim! - Chegou-se ao pé da árvore - A primeira prenda é para a Vitória Amorim. Quem é? - a menina levantou a mão. - Feliz Natal!
- Vès, Dê? o pai natal é bom!
- Agora para o David Marinho Jr. Será que se eu der a prenda me dá um beijo?
- Sim - diz o menino.
- Vem cá. - Deu um beijinho ao filho que lhe retribuiu de igual maneira. - Esta é pra você. - Deu-lhe a prenda e o Dê ficou radiante. Era um peluche gigante em forma de Pato Donald. 
- Bem já deu prendas aos meninos já pode ir embora! Adeus pai natal!!! - E o pai natal voltou a sair para trocar de roupa. Pouco depois voltou o David para partilharmos o resto das prendas. 
- Leonor, queres dar as tuas prendas primeiro? - Perguntei à minha irmã mais nova. 
- Sim!! - respondeu toda contente. 
- Esta é para a Vi. Toma. - Entregou-lhe. - Bom natal! - A menina abriu e era um peluche gigante em forma de Pata Margarida (A namorada do Pato Donald). 
- Oh Filha! Vês? Tens um bonequinho parecido com o do Dê... Agora já podem brincar os dois com  os mesmos bonecos. Obrigado Leonor! - Agradeceu o Ruben - Diz obrigada, filha.
- Obigada Nônô.
- Esta é para o Dê. - Deu-lhe uma caixa que o menino abriu muito rãpido. Era um carro gigante! E o menino ficou super animado claro! 
- Obigadaaa tia! - deu-lhe um beijinho
- De nada, meu amor. 
- Bem.., Agora é o teu, Leonor. - Avisei.
- Ai que medo! O que é que vem daí? - Dei-lhe um envelope.
- Espero que gostes. - Ela abriu o envelope e tinha lá 5 bilhetes. 
- NÃO ACREDITO, RITA!!! OH MEU DEEEEEEUS!! - Eram bilhetes para os One Direction no Pavilhão Atlântico. Não era bem o nosso género, mas tinhamos que fazer-lhe esse favor, porque o concerto calhava no dia de anos dela. 
- A ideia foi do David. - Informei. E assim que o fiz, ela foi a correr para o cunhado e deu-lhe um abraço gigante. 
- OBRIGADAAAAAAA!!! - Ao ver a figura que aquela adolescente estava a fazer, não conseguimos não rir. Inclusivé o David, que estava abraçado a ela não evitou o riso. 

(...)

- Espero que tenham gostado! - disse aos ultimos convidados que se preparavam para ir embora.
-Oh claro que sim! Mas vemo-nos amanhã? 
- Sim... Venham cá por volta da uma. Vá um beijo. - Deram-me beijinhos de despedida. 
- Até amanhã, David! - Despediram-se do David que já estava a arrumar a sala. 
- Até amanhã.

Assim que sairam, voltei para a sala.

- Feliz Natal, amor. 
- Feliz Natal, meu amô. - Abraçou-me - Hey cadê o presente que eu dei para você? 
- Ainda está ali em cima da mesa. Eu ainda não o pus. - Ele foi buscar a caixinha e abriu-a. Eu virei-me de costas para que ele me pudesse colocar o colar. Assim que ele o fez, deu-me beijinhos no pescoço e envolveu-me com os braços. 
- Cê tá muito cansada?
- Ai David, eu sei qual é a tua ideia, mas hoje estou super cansada. Vamo-nos deitar e arrumamos isto amanhã, anda. - puxei-o para o quarto, onde despimos aquelas roupas e nos deitámos a descansar. 
- Te amo. - disse-me ele, ao ouvido.
- Eu sei. 


sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Capitulo 74 - ''I think i love you better now''


Meus amores, minhas Geezers, minhas leitoras fofinhas... Eu sei, estou a tornar-me repetitiva, mas DESCULPEEEEEEEEM!!! A minha vida deu uma volta de 180º graus e mal tenho tido tempo para respirar, quanto mais para escrever. (ODEIO A FACULDADE!!! AHAHA)  No entanto, são 04:00h da manhã e estou aqui a escrever-vos para que o blog não morra de vez! 

Espero que não tenham desistido de ler esta história, mesmo que eu me ande a portar muito mal! (Desculpem, mais uma vez). 
Agora, mais que nunca, vou precisar de feedback... Se não o tiver, receio que a história acabe prematuramente, mas eu confio em vocês! Façam de conta que isto é a casa dos segredos vá! Eu vou fazer o meu apelo: SE QUEREM QUE A FIC CONTINUE, COMENTEM MUITOOO! Se não querem que a fic continue, comentem também e expressem a vossa opinião. Podem ser más, que eu mereço!

A partir de agora vou também deixar links de músicas que acho que combinem com cada capitulo. Hoje deixo-vos com Ed Sheeran - Lego House. (Ponham a música a dar, ao lerem o capitulo! Dá um ar mais profissional à coisa ahaha... Ok, já estou a parvar... NÃO JULGUEM! Já viram as horas?..)
Pronto pronto, eu calo-me... Espero que gostem!! Beijocas! <3
Diana



*24 de Dezembro*
 

Na tarde da véspera de natal, tinhamos a casa cheia de gente, preparados para o grande jantar.
Decidimos juntar também a familia Amorim e familiares, pois sem eles, esta época familiar não estaria completa.
Eu, com a minha barriguinha de 6 meses, e com a casa cheia, obviamente que precisei de ajuda para preparar tudo e é claro que quem se ofereceu logo foram a D.Regina e a Ana.

- Eu espero que comam isto tudo, senão vou ficar com o frigorífico cheio. Ai, Ana, tu é que podes levar lá para casa, também.

- Ah, sim. O Rubén come.

- Ahahah Coitado do muleque! Ele nem come assim muito. - Defendeu a Dona Regina.

- Come come! A senhora é que como é mãe já pensa sempre que eles comem pouquinho.

- É, se calhar é mesmo verdade, ahaha! Ritinha, como é que vai a menininha?

- Vai bem, Dona Regina. Anda aqui ás voltinhas, a menina Sofia. Olhe... - Agarrei na mão da senhora e coloquei-a na minha barriga, e ela deu um pequeno pontapézito. - Vê?

- Awww, que lindo! Tá quase, hein!

- Ainda falta um pouquinho... Lá vão voltar as noites sem dormir!

- Mas vale a pena...

- Claro que vale a pena, as pestinhas são sempre bem-vindas.

- MAMÃÃÃÃÃ!! - Chamou o Dêzinho

- Por falar em pestinha... Diz filho!

- Mamã, quero sumo.

- Toma. - Coloquei sumo de laranja natural num copinho e dei-lhe. - Oh filho, o que é que eles tão a fazer lá na sala?

- Não sei! - Nem me ligou nenhuma -.- - VIIIII!!! -... e lá foi ter com o ''amor da vida dele'' ahaha

- NÃÃÃÃÃÃO!!! EU FIZ-TE O SINAL, ESTÚPIDO!! - Ouvimos o Rubén a gritar da sala. Quando lá chegámos, estavam os homens todos numa roda a jogar ás cartas, e para variar um pouco, o Rubén tinha mau perder!

- Cê não fez porra nenhuma!! Eu fiquei olhando o tempo todo, e você tava olhando para o lado e não fez porra nenhuma!

- Foda-se, tás doido? Tou eu aqui há meia hora! Claro que eles toparam!

- É é!... Só sei que vamos perder de novo e é por sua causa, como sempre!

- TÀS A BRINCAR? Não sabes que também tens que fazer o sinal, ó? Mas eu chamo-me Professor Gibanga para adivinhar o futuro e as cartas que tu tens, por acaso? GIBANGA VAI ADIVINHAR AS CARTAS DO DAVID! - começou a imitar a tal personagem - OH, PROFESSOR GIBANGA SE ESQUECEU DA BOLA DE CRISTAL!

-Ana... Explica-me lá outra vez porque é que casaste com o Ruben?... - perguntei, rindo-me.

- EU FIZ O SINAL 3 VEZES E VOCÊ NÃO TAVA NEM AI!

- Eu tava sempre a olhar para ti! Mas tás parvo?

- Gente, ele tá cego, gente!!

- Heeey, também quero jogar! - Afirmei, ao entrar na sala.

- Amô, não leva a mal, mas isso é negócio de homem.

- Aposto que já estarias a ganhar... - piquei

- Oh oh oh! Mas tu tás aí a mandar indirectas para quê? - disse o Ruben.



- ''Oh oh oh'' Ruben? - gozou a Ana. - O pai natal é só mais daqui a bocado! - O Rubén limitou-se a olhar para ela, sem achar muita piada, enquanto nos riamos.


- Eu jogo muita bem! Este brazuca é que parece nunca ter visto cartas à frente. E digo-te mais: quando eu for reformado e velhinho, vou participar em tudo que é torneio de cartas... sueca e essa merda toda! Vais ver se não vou ganhar tudo! Vou encher a casa de prémios e esfregar na cara deste gajo. INCHAA!!

- Ruben, tás bêbado? - Perguntou a Ana.

- Outra vez? Olha-me esta! Volta mas é para a cozinha, vá! - gozou

- Ah! Estúpido! - Mandou-lhe uma chapada na cabeça.

- Oh amor, estava a brincar. - diz, agarrado à cabeça.

Entretanto tocam à campainha e eu fui abrir. Eram o Javi e a Elena que passaram para dar um beijinho e deixar as prendas.

- Entrem entrem! Eles estão todos na sala. - O Javi foi logo ter com eles e meter-se na confusão

- HOLA! QUÉ TAL?

- Javi! como é que é? - Saudou o Ruben e os restantes.

- Querem beber alguma coisa? - Perguntei

- Una cerveza, por favor? - Pediu o espanhol... e lá fui eu. Mas entretanto, o David saúda também a Elena.

- Oi Elena! Nossa, como cê tá bonita!

Quando voltei à sala para dar então a cerveja ao Javi, vi o David na brincadeira, a dançar com a noiva do espanhol. Obvio que não levei a mal, mas mesmo assim... fiquei sensível ao pensar como ela é linda e como eu me tinha tornado com aqueles kilos a mais. Decidi então voltar para a cozinha.
Passado algum tempo, ele deu por minha falta e foi ter comigo, enquanto eu preparava as entradas com a D.Rê.

- Então? Deixa isso, anda para a sala.

- Sim, pode ir, filha. Eu e a Ana tratamos disso, não se preocupa.

- Já vou.

- O que é que se passa? - Encostou-se à bancada

- Nada.

- Vem. - Tentou puxar-me mas recusei

- Não, David. Não vês que estou a fazer isto?

- Então não vou sair daqui... - Sentou-se na bancada.

- Então não saias... qué que queres que eu te faça?

- O que é que se passa?

- Nada.

- Porque é que cê tá toda rabugenta aí?

- Não estou rabugenta. - ficámos em silêncio. - A Elena é tão linda... Se eu alguma vez conseguisse ser assim como ela... - Ele começou a rir-se e desceu da bancada.

- É por isso que você tá assim? - Abraçou-me por trás colocando as mãos na minha barriga. - Eu amo quando você fica com ciume assim. - sussurrou, mordendo-me lentamente a orelha.

- Já viste como é que eu estou? Pareço um porco! E NÃO ME ABRACES! - Afastei-o

- Cê tá querendo estragar o dia?

- Opá, David. Volta para a sala vá.

- Não. Me dá um beijo primeiro. - Tentou beijar-me mas voltei a afastá-lo - Ai é? Tá bom então. - Agarrou numa tosta e voltou para a sala.

Comecei a pensar e realmente tinha agido mal. Voltei então para a sala e sentei-me ao seu lado no sofá.

- Desculpa... - dei-lhe a mão.

- Já não tá rabugenta, não?

- Oh... Eu bem tento evitar, mas...

- Eu é que tenho paciência de santo! Só doidos à minha volta! - Nesta ultima frase ele fez questão de elevar a voz para que a indirecta chegasse onde era pretendido.

- Rita, eu juro que qualquer dia o teu marido vai ficar careca... - disse o Ruben irritado, mas não conseguimos evitar o riso.

- Oh eu ando rabugenta... Ando sensivel, não sei porquê. - voltei à nossa conversa

- Não sei porquê... cé tá super linda. - Deu-me um beijinho na bochecha.

- Oh.. Desculpas?

- Só se tiver direito a um beijo - Dei-lhe um beijo nos lábios. - cê é tonta.. acha que tem motivo para ter ciume?

- Oh eu sei, David.. Mas não foi por mal... Não é por achar que gostas dela ou assim. Eu gosto de ti, são só ciumes. Apenas ciumes.

- Cê é linda... E com essa barriguinha... - Fez-me uma festinha.

- Barrigona! - corrigi

- ... fica mais linda ainda!

- Cala-te.. - comecei a corar

- Acho piada como depois destes anos, você continua corando sempre que falo a verdade! - riu-se

- Mentiroso... - Ri-me também.

- Entoncés, Rita? Como estás ? - Perguntou a Elena ao sentar-se ao meu lado.

- Estou óptima, claro! E vocês? Vão passar o natal sozinhos?

- Nosotos estamos siempre bien. No, no. Vamos ahora para casa, nuestros padres están llegando. Pero hemos querido traer regalos primero.

- Oh não era preciso! De qualquer maneira, espero que gostes do que vos comprei também.

- Ciertamente nos gusta! Muchas gracias!

- Espero que tenham uma boa noite.

- Claro que sí. Y tu? Dime... cómo está el bebé? Estás muy hermosa, con esa barriguita! - Neste preciso momento, ele olha para mim como quem diz ''Vês? Eu disse!''

- Oh está optima... Mais uns mesinhos e já está cá fora para não nos deixar dormir...

- Estoy deseando que llegue el momento de tener uno también...

- É muito fácil, Elena.. - ri-me baixinho. O David começou-se a rir constrangido e decidiu levantar-se.

- Continuem falando... Acho melhor vos deixar sozinhas agora.

- Pronto, ficou envergonhado. Disse alguma coisa de mal?

(...)