sábado, 28 de maio de 2011

Capitulo 68 - Sabes que vai doer, nao sabes? (Parte II)

Rita - vamos... Fogo já estou nervosa.

David - Eu posso ir primeiro, cê vai ver que vai passar rápido.

E então lá saíram do carro e dirigiram-se ao Doutor Francisco que lhes indicou a sala onde fazer a transfusão.

D.Francisco - quem é o primeiro? (Retirou a seringa do armário)

Rita - Queres que vá eu? (Dirigiu-se a David)

David - Não, eu vou... Não vai custar nada. (piscou-lhe o olho.

D.Francisco- Então podes despir a camisola e vestir esta bata (entregou-lhe a tal bata)

O David assim o fez. Despiu a camisola, que entregou à Rita, vestiu a bata e deitou-se de lado na marquesa. A Rita sentou-se ao pé dele e agarrou-lhe na mão. Entretanto o D. Francisco também se sentou pronto para iniciar o processo.

D.Francisco - Vá, agora tenta relaxar.

Ele respirou fundo e o doutor começou a enfiar-lhe a agulha no fundo das costas. Apertou a mão da mulher que conseguia ver o seu sofrimento, apesar de este o tentar esconder. David encontrava-se de olhos serrados, talvez para evitar que as lágrimas invadissem o seu rosto.

D. Francisco - Pronto. Já passou (Retirou-lhe a agulha e colocou-lhe um penso) Podes tirar isso e veste a camisola. Rita, agora és tu. (ele passa-lhe a bata, ela tira a camisola e veste-a)

Ela deita-se e o doutor procede com o que fez com David. Rita nao se conseguiu conter e soltou bastantes lágrimas, se calhar pela dor da agulha ou talvez pela dor da doença do filho.

D. Francisco - Pronto. Podes vestir-te. Estejam descansados que assim que tiver o resultado das análises, aviso-vos.

Rita - Obrigada, doutor. (vestiu-se)

Doutor - Mas vá, acalmem-se, senão o bebé sente-se pior...

David - e como é que ele tem estado, doutor?

Doutor - Melhorzinho, como têm visto. Mas nao nos podemos esquecer que é um bebé... Temos que ter muito cuidado e atenção.

David - Pois... Afinal não era nenhuma simples constipação... (Sai da sala)

Rita - David?! Desculpa Doutor (ela ia a sair do consultório mas o doutor voltou a chamá-la)

David - Rita? (Foi ter com ela e agarrou-lhe na mão) Desculpa...  O David tem razão. O erro foi meu.

Rita - Ninguém é perfeito, doutor...

Doutor - A minha imperfeição pode custar uma vida, Rita... Se acontecer alguma coisa eu juro que...

Rita - Não diga isso, doutor. Vamos e vai fazer tudo para que o meu filho sobreviva, tenho a certeza... (abraça-o) Mas vá... vou ver do meu marido...

Doutor - Falas com ele, minha filha?

Rita - Sim, esteja descansado...

Ela foi até ao quarto onde estava o filho ainda a dormir.

Rita - Oh David, nao precisavas de dizer aquilo assim ao senhor! (sussurrou)

David encontrava-se no chão, sentado, quando ela entrou no quarto mas levantou-se assim que ela lhe dirigiu a palavra.

David - Eu acho que ainda nao tou acreditando, meu amô. (chegou ao pé dele e abraçou-o)

Rita - Temos que ter fé, David.. tenho a certeza que o nosso menino ficará bem.

O telémovel de David toca.

David - alô?

D.Regina - Oi, meu filho..

David - Mãe, como é que cê tá?

D. Rê - Vem cá á porta do hospital que eu e seu pai estamos aqui...

David - cês tão aqui?

D. Rê - Vá, vem garoto. (desligou)

David - Vamo vamo... (foi andando até á porta)

Rita - Onde?

David - Meus pais tão cá.

Assim que Rita vê a Dona Rê, corre para a abraçar e quando sente os braços dela a envolverem-lhe o corpo, nao resiste em começar a chorar. David, depois de abraçar o pai, junta-se ao abraço da mãe e da mulher, bastante choroso.

Sr. Lau - Vá, vocês têm que se acalmar.

D.Rê - Sim, seu pai tem razão, Davi... Cês têm que ter fé... o menino vai ficar bem... a gente vai rezar por ele.. Mas agora vamo ver o meu netinho?

Rita - Obrigada, sim, vamos.

Foram todo para o quarto onde o Dêzinho se encontrava, já acordado. Quando viu os avós, esboçou logo um sorriso.

Dêzinho - Vovó?!

D. Rê - Oh meu amô... Como é que cê tá?

Dêzinho - Bem.. (brincava com o Dino) Vó, quero ir pa casa!

D.Rê - Oh garoto... Cê vai sair daqui num estantinho, cê vai ver...

Lau - Então moleque!! Dá um beijo ao seu avô. (Ele esticou-se e deu um beijo babado na bochecha do Lau)

Dêzinho - Papá, posso ir bincar com a Lena? (A Lera era a Madalena: Uma amiguinha que ele tinha arranjado, com a mesma doença mas mais prolongada, na  sala dos brinquedos)

David - Cê só pode ir depois de ir comê, meu amô...

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Capitulo 68 - Sabes que vai doer, nao sabes? (Parte I)

Já se tinha passado uma semana e o Dêzinho continuava internado, no entanto, já não estava a soro, e já ia brincar com os outros meninos.
David e Rita ainda nao tinham ido trabalhar, porque passavam os dias no hospital. Ela já tinha avisado a madrinha que tinha que fazer uma pausa lá na empresa, e já tinha dito á Ines que não ia á faculdade. O David, por outro lado, ainda nao tinha avisado ninguém, apesar de o Rui Costa já lhe ter ligado,  ele nao atendeu. Mas o Ruben deve tê-los avisado.
Entretanto, o Doutor Francisco já tinha falado com eles e iam os dois ceder um pouco da medula, e estava na altura de o fazer.
E enquanto estavam no carro, a dirigirem-se para o hospital:

Rita - Estás com medo?

David - Não (tirou os olhos da estrada e sorriu-lhe)

Rita - Mas sabes que vai doer, não sabes?

David - Sei, meu amô (pousa a sua mao direita na perna dela) Mas nao e preocupa, não.. agente vai ajudar o nosso filhote e nao importa a dor. Doia mais se... ia ser pior se ficassemos sem ele.

Rita - (arrepiou-se) Não digas isso..

David - Sim, desculpa.. Vai ficar tudo bem.. cê vai ver.

Rita - Bem, mas nao vamos falar disso para eu nao ficar nervosa.

David - cê nao tem que ficar nervosa, eu vou tar lá com você

Rita - Sim, eu sei amor... eu sei. É verdade... Tu ainda nao falaste com o Rui (costa) sobre o menino, pois nao?

David - Não, ainda nao tive paciencia para atender o celular.

Rita - Tens que tratar disso

David - Se eu tiver que escolher entre a carreira e o meu filho, nem penso duas vezes, amo.

Rita - Fogo, porque é que isto nos tinha que acontecer a nós

David - Eu acho que nao tou nem acreditando ainda...

Rita - Já contas-te á tua mae?

David - Nao. Ainda nao consegui... Mas ela reparou que eu estava estranho.

Rita - Pois, eu compreendo.

Chegaram ao parque de estacionamento do hospital, ele parou o carro, ambos tiraram o cinto e ficaram a olhar um para o outro...

Capitulo 67 - Tem calma, miuda...

Dêzinho - Quero ir para casa, mamã!

David - Cê vai ter que ficar aqui, meu amô.

Dêzinho - Eu não quero ficar aqui sozinho! (o queixo do bebé começava a tremer... ia começar a chorar a qualquer momento)

Rita - nós nao vamos sair daqui, meu amor. Nunca te vamos deixar sozinho.

Dêzinho - Onde é que está a Vi?

Rita - Está em casa...

Dêzinho - E o padinho?

Ruben - Cucú! Aquii!! (entram todos no quarto e imediatamente aparece um sorrisão no lábios do menino) Então campeão? Como é que vai isso? (aparece por trás de David e coloca-lhe a mão no ombro por uns instantes)

Dêzinho - FIXE! (Fez um gesto de 'Fixe' com o polegar, mesmo à bebé trapalhão)

Ruben - é mesmo assim! dá cá mais 5!

Mas quando o Rui o ia cumprimentar, o menino desmaiou.

Rui - Puto? Meu puto?

Rita - Ó meu Deus!

O David correu a chamar a enfermeira.

Ruben - Tem calma, miuda... Ele fica bem

Rita - Eu não quero perder o meu filho, ruben! (começou a chorar)

Ruben - Ó ritinha! não vais nada perder o teu filho... ele fica bem. Eu sei que sim. (abraça-a)

Enfermeira - (ao entrar no quarto com David, muito apressada) Tenho que vos pedir para sair.

David - Mas...

Enfermeira - Peço desculpa mas têm que sair.

E então lá sairam. Voltaram á infernal sala de espera onde uns estavam sentados e outros em pé a andar de um lado para o outro sem nunca saber o que se passava.

David - Porra, tão demorando tanto, pô!

Rita - Será que está tudo bem? Estou com tanto medo, David.

Ana Rita - Está tudo bem, de certeza. Os médicos cuidam dele.

A enfermeira vem e eles levantam-se logo.

Rita - Então?

Enfermeira - O vosso filho está bem. Agora está a dormir e vou pedir-vos que o deixem descansar. Podem ir para casa descansar também que eu estarei sempre no quarto dele, caso aconteça alguma coisa.

Rita - (olhou para David) David, eu não vou... não saiu daqui.

David - Eu tambem não saiu daqui (sentou-se)

Ruben - David, se calhar é melhor ires para casa.

David - NÃO VOU, PORRA!

Tixa - A sério, é melhor vocês irem.

David - NÃO VOU SAIR DAQUI, CARACA! É O SEU FILHO QUE ESTÁ LÁ DENTRO? NÃO É POIS NÃO? (gritou e foi apanhar ar á porta do hospital)

Rita - David? (levantou-se para ir atrás dele)

Ruben - Eu vou lá (foi a correr ter com o amigo) Mano?

David - Me deixa sozinho, Ruben... (ele estava sentado no chao, encostado á parede com os cotovelos apoiados nos joelhos e nos braços a olhar para o chão)

Ruben - Ó cara de cu, claro que não te vou deixar sozinho.. (senta-se ao pé dele e repara nas lágrimas que lhe escorriam pela cara, passando pelo nariz, até ao chão)

David - Nao pode tar acontecendo isto, mano... Não pode... (levantou a cabeça, mas continuou a chorar)

Ruben - Vamos lá para dentro, vais para casa descansar com a Rita... Fá-lo por ela, pelo menos.

David - Tá bom, Vamo (levantaram-se)

Entraram e voltaram á sala de espera.

David - (limpava os olhos enquanto falava) Vamo, amô?

Rita - Oh amor... (abraça-o e ele pousa o queixo na sua cabeça)

David - Vamo para casa, vamo descansar (Dá-lhe um beijinho no topo da cabeça)

Rita - está bem

Entao foram todos para os seus respectivos carros. Durante o caminho, Rita adormeceu... O David ligou o leitor baixinho e estava a dar a música 'The man who can't be moved' dos The Script. Ainda deixou cair umas lágrimas mas teve que se concentrar na estrada. Quando chegaram á garagem de sua casa, Rita ainda dormia, por isso, ele pegou nela ao colo e levou-a para casa, onde a deitou na cama e foi á casa-de-banho.
Ela acordou e foi á cozinha beber água; voltou para o quarto, despiu-se, deitou a roupa para o chão e voltou a deitar-se. Quando ele saiu da casa-de-banho, foi despir a sua roupa, mandando-a tambem para o chão, ficando só de boxers e como nao tinha sono, foi para a sala ver televisao mas passado umas horas, acabou por adormecer.
Eram 4h00 e Rita acordou com o barulho da televisão por isso foi ter com ele á sala. Desligou a televisão e ajoelhou-se á frente dele.

Rita - David? Anda para a cama...

David - (abrindo os olhos devagarinho) hã?

Rita - vá, vamos.

Ela foi para o quarto e deitou-se para o lado de fora da cama. O david ainda tinha ido á casa de banho e quando voltou, deitou-se na cama e abraçou-a por trás fazendo com que se encaixassem um no outro

Rita - Ainda bem que me acordas-te. (sussurrou)

David - Porquê?

Rita - Estava a ter um pesadelo.

David - (beija-lhe a nuca)  Shiu... não vamos falar sobre isso. Dorme.

Rita - Amo-te

David - Tambem te amo... muito muito muito muito! (apertou a força do abraço <3)

Horas depois acordaram, nem tomaram o pequeno almoço e foram ao hospital ver o menino.
Quando lá chegaram foram logo ao quarto onde ele se encontrava. Ele estava sentado na cama a brincar com um brinquedo que a enfermeira lhe tinha dado.

Dêzinho - papá! mamã! (ele queria saltar para o colo deles, mas ainda estava ligado a soro)

David - Bom dia, meu moleque! (o bebé esticou os braços para o pai e david abraçou-o e deu-lhe muitos beijinho na bochecha)

Rita - Bom dia, meu pequenote! (Ela foi lá e repetiu o gesto de David)

David - agente tem uma surpresinha para você

A Rita tirou da mala um ursinho de peluche que ele pedia á seculos, mas eles ainda nao lhe tinham dado.

Dêzinho - O DINO!! (agarrou-se ao peluche)

David - Dino?

Dêzinho - sim papá! o meu novo amigo.

Efermeira joana - Cucú!

Dêzinho - Olá joaninha

David e Rita - Bom dia.

Enfermeira - Dêzinho, vamos papar?

Dêzinho - não!

David - Ué, não? Vá, o papai dá. (pega no tabuleiro onde estava o pequeno almoço dele e pousou-o na cama)

Dêzinho - Oh papá!

David - Cê vai ter que comer, David.

Dêzinho - Tá beeeeeem...

David sentou-se ao pé do filho, Rita sentou-se na cadeira ao lado da cama, e ele começou a dar a Cerelac  ao bebé.